terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estou aqui...


É confuso aquilo que sinto no meu intimo.
Entre o desespero, a rejeição, o medo, a incompreensão, a carência, a felicidade extrema...
Preciso das palavras para entender as emoções.
E a única coisa que rogo é que não mas digam em vão, como quem conforta situações, porque elas ecoam-me na alma indefinidamente e quase que me levam à
loucura por não se coadunarem com os actos e o que se desenlaça à minha frente...
Sinto-me obcecada pelo peso da significação de cada palavra... Este silêncio asfixia-me a alma, tolda-me o raciocínio, martiriza-me a calma...
Que venha a mim a clarividência dos gestos, das vontades, dos desejos e das necessidades.
Sinto falta de tantas coisas que nunca tive...
E desta insegurança nasce tanto medo, tanta tristeza, tanta carência...
O que é que eu faço a isto que sinto?
Como lido com este misto de angústia, alívio, pânico, incerteza, felicidade, amor e temor?
A tua voz trémula e sofrida faz-me sangrar por dentro, por ti, pela dor que sentes, pelo desgosto que trazes no peito, pelo pavor do que te espera na incerteza...
Quero-te no meu colo, passar-te a mão pela cabeça, dizer-te que vai ficar tudo bem. Enxaguar-te as lágrimas, afagar-te a alma e tranquilizar-te o espírito.
Quero tirar-te a tristeza dos olhos, oferecer-te o meu sorriso, mesmo que não seja este que queiras ver.
Quero chorar contigo no silêncio das recordações, dos arrependimentos das omissões...
Quero que saibas que apesar de te querer em mim em silêncio e há já algum tempo, mais poderoso e importante que esse desejo meu, é a necessidade que agora me invade de te voltar a ver sorrir, de arrancar pela raiz essa nuvem pesada que te carrega o semblante.
Estou aqui para ti. Como ser humano, como amiga, como ouvinte, como filtro para descarregares tudo o que te vai dentro, como carregador de energias positivas...
Estou aqui. Simplesmente.

Sem comentários: