sábado, 28 de agosto de 2010

Os pais merecem ser castigados.


Nesta era de consumismo compulsivo é incrível como se pode fazer a felicidade de uma criança com quase nada.
Na minha infância qualquer coisa servia para brincar, de pedras fazíamos dinheiro, de papel fazíamos tudo o que a nossa imaginação permitisse, jogávamos ao berlinde, à apanhada, às escondidas, à cabra cega… não existiam bonecos como os de hoje (embora também tivesse tido bastantes) não existiam jogos de computador ou consolas.
Pergunto-me varias vezes se as crianças de hoje serão tão felizes e saudáveis como as crianças de há 20, 30 anos atrás?
Queremos dar tudo aos nossos filhos, mas quanto mais damos mais tiramos. Damos brinquedos sofisticados que fazem tudo sozinhos, tiramos a imaginação de descobrirem novas brincadeiras, damos jogos de computador, tiramos a aventura de poderem fazer um jogo ao ar livre, tiramos as feridas nos joelhos, o exercício físico, a capacidade de desenrasque, o ar puro nos pulmões, damos McDonald e tiramos-lhes a deliciosa experiência de um piquenique no meio do campo.
Deste modo não admira que as nossas crianças não saibam o que é um Pardal Telhado, ou o nome de uma qualquer flor do campo, e que pensem que o leite vem simplesmente do super mercado…
Ao ver tudo isto a acontecer bem debaixo dos meus olhos não posso deixar de ficar feliz da vida quando vejo crianças a brincar varias horas com uma simples folha de papel, ou com um garrafão de plástico vazio, crianças que ainda têm imaginação para fazer de coisas tão banais o melhor e mais divertido brinquedo do mundo.
Nós Pais, mais do que os nossos filhos, estamos a deixar-nos dominar pela tecnologia, que muitas vezes não nos beneficia em nada, estamos a deixar que a publicidade tenha o efeito desejado e que acabemos por comprar tudo o que achamos ser o melhor para os nossos filhos, quer por estar na moda, quer por ser caro, ou apenas porque existe uma amigo que também tem… e assim nos esquecemos de como a nossa juventude ao ar livre foi boa, de como eram simples e valiosos os nossos brinquedos, pois sabíamos (ao contrario do que os nossos filhos sabem hoje) que não teríamos novos sempre que quiséssemos.
Hoje em dia protegemos de tal maneira os nossos miúdos que se um dia caíssem não se saberiam levantar sozinhos, cuidamos deles como se fossemos estar sempre presente e esquecemos-nos que um dia não iremos estar ao seu lado para lhes gritar: “ Não vás por aí podes cair”
Somos nós pais que merecemos ficar de castigo, por nos termos tornado tão ausentes, por estarmos tão absorvidos nas nossas vidas profissionais, que quando estamos com os nossos filhos queremos dar-lhes tudo quanto nos pedem, pensando que esse tudo suprime a falta de carinho, atenção e educação, coisas estas que ainda não existem a venda nas lojas de brinquedos.
De tão preciosos que são os nossos filhos, de tanta vontade que temos de os ver felizes e realizados, esquecemos-nos de como tão simples, prático, e acessível isso pode ser, estamos a sufoca-los com tanta protecção, estamos a dar-lhes tanta coisa supérflua e dispendiosa quando a felicidade pode estar em algo tão banal como um simples garrafão de água vazio.
( Terá continuação assim que a inspiração vier.)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010




Uma noite sozinha em casa e dá-me para isto: colocar o LEGO em dia…
Pois é, bem sei que não é meu, que não me foi oferecido a mim…. Mas o LEGO estava ali a olhar para mim já há algumas semanas, a espera que alguém se chega-se a ele e lhe desse um pouco de carinho… e eu como sou uma piratinha com sentimentos... fui-me a eles.
Diga-se de passagem que uma boa parte do trabalho já tinha sido feita pela piratinha mais pequena (a minha filha). Pois é, sou uma má mãe que roubou o LEGO da filha para seu próprio divertimento. E depois vocês não fariam o mesmo? Serão capazes de lhes resistir durante 3 semanas? Pois eu não fui senti-me na obrigação de terminar o que a pequena já tinha iniciado, e muito bem, não foi necessário trocar pecinha nenhuma, estava tudo no sítio certo.
Numa horinha estava o trabalho feito, e eu toda contente com o resultado final (embora não sejam nada de especial), vamos ver como reage a criança no fim de ver o seu LEGO prontinho.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estou aqui...


É confuso aquilo que sinto no meu intimo.
Entre o desespero, a rejeição, o medo, a incompreensão, a carência, a felicidade extrema...
Preciso das palavras para entender as emoções.
E a única coisa que rogo é que não mas digam em vão, como quem conforta situações, porque elas ecoam-me na alma indefinidamente e quase que me levam à
loucura por não se coadunarem com os actos e o que se desenlaça à minha frente...
Sinto-me obcecada pelo peso da significação de cada palavra... Este silêncio asfixia-me a alma, tolda-me o raciocínio, martiriza-me a calma...
Que venha a mim a clarividência dos gestos, das vontades, dos desejos e das necessidades.
Sinto falta de tantas coisas que nunca tive...
E desta insegurança nasce tanto medo, tanta tristeza, tanta carência...
O que é que eu faço a isto que sinto?
Como lido com este misto de angústia, alívio, pânico, incerteza, felicidade, amor e temor?
A tua voz trémula e sofrida faz-me sangrar por dentro, por ti, pela dor que sentes, pelo desgosto que trazes no peito, pelo pavor do que te espera na incerteza...
Quero-te no meu colo, passar-te a mão pela cabeça, dizer-te que vai ficar tudo bem. Enxaguar-te as lágrimas, afagar-te a alma e tranquilizar-te o espírito.
Quero tirar-te a tristeza dos olhos, oferecer-te o meu sorriso, mesmo que não seja este que queiras ver.
Quero chorar contigo no silêncio das recordações, dos arrependimentos das omissões...
Quero que saibas que apesar de te querer em mim em silêncio e há já algum tempo, mais poderoso e importante que esse desejo meu, é a necessidade que agora me invade de te voltar a ver sorrir, de arrancar pela raiz essa nuvem pesada que te carrega o semblante.
Estou aqui para ti. Como ser humano, como amiga, como ouvinte, como filtro para descarregares tudo o que te vai dentro, como carregador de energias positivas...
Estou aqui. Simplesmente.

O Amor

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Isto



Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fernando Pessoa



É fácil beijar o rosto…
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos…
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir amor…
Difícil é conter sua torrente!

Palavras que não dizem nada...


Há silêncios que dizem tudo e palavras que não dizem nada, sobretudo se o assunto for o amor.
Depois do alivio de se dizer o que a muito se vai guardando vem o vazio…
O arrependimento por se ter dito algo que possivelmente não deveria sequer ser pensado…
Sabendo de ante mão que o que se precisa dizer não vai alterar seja o que for, porque raio se diz?
Porque é que não nos limitamos a deixar falar o silêncio, e calar tais sentimentos?
Deixa-los simplesmente ir desaparecendo a medida que o desprezo se insta-la…
Deixa-los simplesmente crescer a medida que a falta de palavras desaparece….
As palavras são apenas caixas vazias é preciso enche-las, só devendo ser prenunciadas nesse exacto momento, de forma a poderem ser realmente entendidas por quem as ouve…
A coisa mais deprimente que existe é ser-se chamada de amiga pela pessoa que se ama.
Negar o que foi dito? Não vale a pena, o tempo faz com que tudo se esqueça e se perca há medida que os dias vão passando, e os sentimentos vão sendo colocados de parte.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


Muitas vezes dou por mim a pensar como é difícil, por vezes, ser-se mulher... Ser-se filha, mãe, Irmã, amiga, conselheira, ser-se empregada, estudante, fada do lar, empresaria de sucesso (sendo o sucesso as encomendas e os elogios que não paro de receber)... Existem dias que fico totalmente esgota de tanta actividade, de tanta responsabilidade, de tanto recadinho que me pedem os pais, os irmãos, a filha, os amigos e amigas, o patrão, a sócia, e todos os outros... No fim de pensar em tudo isto, aparece um sorriso repleto de alegria e realização. Como sabe bem ser mulher, filha, mãe, Irmã, amiga, conselheira (escondendo muitas vezes a tristeza e conseguir dar um sorriso ou um abraço), empregada, estudante, empresaria, fada do lar... Mesmo chegando ao fim do dia com o corpo e a mente exausto de tanta actividade é maravilhoso sentir que sou útil para alguém, que há quem me considere importante, e principalmente quem goste de mim!!!!
Concluindo quando me ponho a pensar como é difícil ser mulher acabo sempre por ficar com o coração repleto de alegria, com um sorriso tonto e com uma vontade enorme que o amanhã chegue e que tudo se repita...

domingo, 8 de agosto de 2010

Segredo misterioso


Numa noite sem luar
Decidi escrever um poema
Queria falar de amor
Por isso foi esse o tema
Comecei a pensar no que escrever
E nada me vinha à cabeça
Até pensar em ti e logo tive uma ideia.
Pensei como te quis
Pensei como te quero
Mas porque pensar em ti se tu não me queres da mesma maneira?
Estava a ficar confusa com o que pensava
Porque pensar nele se ele já nem me ligava?
Então no silêncio da noite escutei qualquer coisa que não consegui entender
Ate que a certa altura consegui por fim escutar
O céu encheu-se de estrelas e a noite já tinha luar
Abri um sorriso puro quando realmente entendi
Eras tu que dizias “ afinal gosto de ti”.

Solidão


Solidão é não te ter ao pé de mim
É não poder olhar os teus olhos
Onde me perco no infinito
Olho a tua boca que tanto quero beijar
Não sei quando
Não sei se algum dia te terei ao pé de mim
Mas enquanto esse dia não chega
Eu olho para ti e sonho…
Tenho sede, não de água
Tenho fome, não de pão
Tenho sede dos teus lábios
Tenho fome da tua paixão.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Silêncio


Tinha decidido logo pela manhã que hoje seria o grande dia. O dia das revelações.
Parecia-me o momento mais oportuno para o fazer, porem estava apenas a espera da hora certa, o momento exacto em que iríamos estar só nós dois, tranquilos no nosso ninho, para te dizer o que a muito ando a adiar.
E hei que chega o tão esperado momento, e com ele também o cansaço, pela primeira vez em 10 meses vejo-te adormecer no sofá… foi instantâneo, sentou e dormiu… e lá se foi mais uma oportunidade, daqui por um mês voltamos a tentar e se calhar é preferível fazê-lo logo pela manhã….

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

De tão bom que é nem tem definição.


10 mesinhos...Como o tempo voa quando estou contigo, quando somos felizes.
Poderia estar aqui o resto da minha vida a enumerar tudo o que de bom que me ofereceste e ensinaste durante este tempo.
Contigo cada dia é um dia diferente, cada noite é uma deliciosa surpresa, cada ausência é uma dolorosa saudade, cada tango é uma paixão.
As vezes triste por não te conseguir fazer o tão feliz que mereces, mas a grande maioria das vezes feliz por ver esse teu sorriso, por assistir aos teus sucessos as tuas vitorias e conquistas.
Estarei aqui sempre disponível para novos projectos de vida, para novas aventuras, para novos tangos... :)
E por muitos obrigados que te diga nunca irei conseguir agradecer esta extrema felicidade que trouxeste para o meu mundo...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


Tenho este defeito, quero viver tudo hoje.
Não estou habituada a esperar, quando é preciso fazer FAÇO, quando é preciso ir VOU, quando é preciso estar ESTOU.
Não sei viver na metade.
Não sei viver no quase.
Não sei viver com as pernas cortadas.
Para mim apenas existe o sim e o não.
Tenho planos, tenho metas, e vou conquista-las a todas.
Quero divertir-me com os amigos, quero amar muito, quero voltar a sentir uma criança a nascer dentro de mim, quero estabilidade.
Quero muito assim como tenho plena certeza deste meu querer.

Momentos de plena felicidade e profunda tristeza


Sinto-me de tal maneira perdida que nem consigo escrever.
Sinto o meu corpo a quebrar, a pedir descanso.
O meu coração de ontem não é o mesmo de hoje.
Sinto-me perdida no meio de tanta incerteza,
Sinto-me como se me estivesse a afogar, com vontade de vir ao de cima de agarrar a vida e dar um passo em frente, porém a maré puxa por mim e cada vez me puxa mais para o fundo.
Não sei o que dizer a isto, sinto-me simplesmente em 2º plano, sou sempre o depois de...
Momentos em que sou rainha e senhora e outros em que sou apenas escrava das incertezas.
Nem sei se te congratule por este aniversario, que passou despercebido por entre os outros dias, ou se simplesmente me mantenho aqui a espera que te sentes a meu lado de corpo e alma...

domingo, 1 de agosto de 2010

Quase



Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia",quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Sarah Westphal
( Com muita pena minha não fui eu que o escrevi, mas de qualquer forma identifico-me tanto com ele que poderia ter-me saído da ponta da caneta)