Há dias dei por mim a escrever os porquês de te amar, recordo-me que não foi tarefa difícil de realizar e que a lista já ia relativamente longa. Recordo-me também de pensar que talvez fosse a altura certa de dar voz a palavra, de soltar do meu peito aquele tão esperado amo-te.
Não foi realmente o melhor momento nem a altura certa, baralhei gestos, atitudes, pisei em falso e caí.
Rasguei tudo o que tinha escrito por esses dias, todos os desabafos que coloquei no papel na expectativa de me darem coragem para agir.
Apenas pensei em mim, no quanto todo estava a ser bom para mim, e nunca me veio há mente que depois de tantos momentos maravilhosos, tu ainda não estivesses preparado para o ouvir o que já muito tinham visto.
Durante vários dias a magoa e a desilusão tomaram conta de mim, mas não do meu amor.
Não consigo encontrar forma de definir o amor, mas senti-o presente em tudo o que faço, em cada passo de Tango, em cada abraço Milongueiro, em cada pé torto ele está lá.
O meu Amor existe, ultrapassa orgulho, vence obstáculos, entrega-se de corpo e calma a todos os trabalhos que há a cumprir. Vive somente fechado entre 4 paredes cegas, surdas e mudas.
O meu Amor existe em silencio, como se de um pecado se tratasse, faz-se ouvir baixinho nas poucas vezes que fala.
O meu Amor resiste na expectativa de um dia ser aceite.
O meu Amor persiste na esperança de um dia ser amado.
Talvez brevemente deixe de dançar sozinha....
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